STAVRO MUELLER
BETA
Contemplou a caixa de fósforos por algum tempo, enquanto as coisas começavam a se encaixar na sua cabeça. Não sabia o que deveria fazer, mas isso não tinha mais importância. À sua volta, as pessoas estavam começando a correr e a gritar, mas de repente percebeu que não havia mais nada a ser feito, nem agora nem nunca. Perante aquela novidade de sons e luzes, ele só conseguia distinguir a silhueta de Ford Prefect jogando a cabeça para trás e rindo loucamente.
Uma incrível sensação de paz o inundou. Sabia que, finalmente, pela primeira e última vez, tudo estava definitivamente acabado.
Na escuridão da ponte de comando, no coração da nave vogon, Prostetnic Vogon Jeltz estava sentado, sozinho. Luzes piscavam nas telas de monitoria externa que cobriam uma parede inteira. Acima dele, no ar, as descontinuidades em formato de salsicha azul e verde haviam sumido. Opções caíam por terra, possibilidades se dobravam umas dentro das outras e todo o resto finalmente deixou de existir. Uma escuridão incrivelmente profunda caiu sobre a nave. O capitão vogon permaneceu sentado, imerso no breu, por alguns segundos.
— Luz — disse ele.
Não teve nenhuma resposta. O pássaro também deixara de existir. O vogon acendeu a luz por conta própria. Apanhou o pedaço de papel novamente e deu um pequeno tique no quadradinho.
Bom, missão cumprida. A sua nave desapareceu furtiva no vazio negro. Apesar de ter tomado o que ele considerava uma atitude extremamente positiva, o líder grebulon acabou tendo um péssimo mês de qualquer jeito. Foi basicamente igual aos meses anteriores, exceto que agora não havia mais nada na televisão. Para substituí-a, colocou uma musiquinha suave de fundo. FIM