CAPÍTULO 36
Quando Diane chegou a Berlim, ao aeroporto Tempelhof, havia uma espera de cerca de quinze minutos para os táxis. Por fim chegou a sua vez.
O motorista sorriu.
- Wohin?
- Fala inglês?
- É claro, fràulein.
- Para o Kempiski Hotel, por favor.
Vinte minutos mais tarde, Diane registava-se no hotel.
- Queria alugar um carro com motorista.
- Com certeza, menina. - E o recepcionista olhou para baixo.
- Tem bagagem?
- Já vem.
Assim que o carro chegou, o motorista perguntou:
- Que pretende visitar, menina?
Precisava de tempo para pensar.
- Vá andando durante um bocado, por favor.
- Muito bem. Há muitas coisas para ver em Berlim.
Berlim deixou Diane espantada. Sabia que, durante a Segunda Guerra Mundial, tinha sido bombardeada até quase ser varrida do mapa, mas aquilo que agora via era uma cidade activa, cheia de modernos edifícios e com um vivo ar de sucesso.
Os nomes da ruas pareciam-lhe estranhos: Windscheidstrasse, Regenburgerstrasse, Lútzowfer... Enquanto iam andando, o motorista ia explicando a história dos parques e das construções, mas Diane não ouvia nada. Tinha que falar com as pessoas com que frau Verbrugge trabalhava e descobrir o que sabiam. Segundo a Internet, a mulher de Franz Verbrugge fora assassinada e ele desaparecera.
Diane inclinou-se para a frente e perguntou ao motorista:
- Conhece algum "for café"?
- Com certeza, menina.
- Importa-se de me levar lá?
- É muito bom. É muito popular. Pode conseguir aí todas as informações que pretende.
Espero bem que sim, pensou Diane.
O Cyberlin Café não era tão grande como o de Manhattan, mas parecia igualmente movimentado.
Assim que Diane entrou pela porta, uma mulher saiu de trás do balcão.
- Temos um computador disponível dentro de minutos.
- Queria falar com o gerente - pediu Diane.
- Sou eu.
- Oh!
- Porque quer falar comigo?
- Eu gostaria de falar sobre Sonja Verbrugge.
A mulher abanou a cabeça.
- A frau Verbrugge não está cá.
- Eu sei - respondeu Diane. - Ela morreu. Estou a tentar descobrir como morreu.
A mulher olhava fixamente para Diane.
- Foi um acidente. Quando a polícia confiscou o computador dela, descobriu... - Uma expressão dissimulada surgiu-lhe no rosto. - Se não se importar de entrar para aqui, menina, eu já chamo alguém para a ajudar. Já venho.
Assim que Diane a viu dirigir-se apressadamente para as traseiras sentiu-se invadida por uma estranha inquietação. Logo que ela desapareceu, Diane saiu rapidamente da loja e entrou no carro. Ali não havia ninguém que a pudesse ajudar. Tenho de falar com a secretária do Franz Verbrugge.
Numa cabina telefónica, obteve o número do KIG e ligou. - KIG Berlim.
- Posso falar com a secretária de Franz Verbrugge? - pediu Diane.
- Quem fala?
- Fala Susan Stratford.
- Só um segundo, por favor.
No gabinete de Tanner, a luz azul começou a piscar. Tanner sorriu para o irmão.
- Diane Stevens está a fazer um telefonema. Vamos ver se a podemos ajudar. - E passou a chamada para o sistema alta voz.
A voz da telefonista do KIG dizia:
- A secretária dele não está. Quer falar com a assistente?
- Se faz favor.
- Só um momento. Uma voz feminina apareceu em linha: - Fala Heidi Fronk. Em que posso ser útil?
O coração de Diane começou a bater mais depressa.
- O meu nome é Susan Stratford. Sou jornalista do Wall Street Journal Estamos a fazer uma reportagem sobre as recentes tragédias que aconteceram a alguns dos empregados do KIG. Será que me podia conceder uma entrevista?
- Não sei se...
- Só para obter informações de carácter geral.
Tanner ouvia com atenção.
- E se fôssemos almoçar? Está livre hoje?
- Lamento, mas não.
- E jantar?
Ela hesitou.
- Sim, suponho que isso seja possível.
- Onde quer encontrar-se comigo?
- Há um bom restaurante chamado Rockendorf. Podíamo-nos encontrar aí.
- Muito obrigada.
- Às oito e meia?
- Oito e meia.
E Diane desligou a sorrir. Tanner virou-se para Andrew:
- Decidi que vou fazer aquilo que já devia ter feito há muito tempo.
Vou ligar a Greg Holliday e pedir-lhe que trate disto para mim. Esse nunca me falhou. - E olhou para Andrew. - Tem um ego enorme. Custa couro e cabelo, mas... - sorriu - vale bem a pena.