IV. REBOOTING SYSTEM 1°- DE JULHO A 7 DE OUTUBRO


Apesar da farta coletânea de lendas sobre as amazonas da Grécia antiga, América do Sul, África e outras regiões, só existe um exemplo histórico comprovado de mulheres guerreiras. Trata-se do exército feminino dos Fons, uma etnia do Daomé, na África ocidental, país hoje rebatizado de Benim.

Essas mulheres guerreiras nunca são mencionadas na história militar oficial, não foi rodado nenhum filme em que elas sejam as heroínas e atualmente elas só existem, quando muito, em notas históricas de rodapé. Uma única obra científica foi escrita sobre essas mulheres, Amazons of Black Sparta, do historiador Stanley B. Alpern (Hurst & Co Ltd, Londres, 1998). Era, contudo, um exército capaz de lutar, entre as várias forças que ameaçavam seu país, contra qualquer exército de elite de soldados homens da época.

Não se sabe quando o exército feminino dos Fons foi constituído, mas algumas fontes situam o fato no século XVII. Esse exército surgiu originalmente como uma guarda real, porém, foi crescendo até se tornar um efetivo militar de seis mil soldados com status quase divino. Sua função não era nem um pouco decorativa. Durante mais de dois séculos, elas foram a unidade de elite dos Fons contra a invasão dos colonos europeus. Eram temidas pelo exército francês, vencido em diversas batalhas O exército feminino só foi derrotado em 1892, depois que a França mandou vir por navio o reforço de tropas mais bem equipadas, com artilharia, soldados da Legião Estrangeira e um regimento de infantaria da Marinha e da Cavalaria.

Ignora-se quantas guerreiras caíram nessa batalha. As sobreviventes sustentaram uma guerrilha por vários anos, e até meados dos anos 1940 veteranas desse exército ainda estavam vivas, deixando-se entrevistar e fotografar.


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